Edifício ‘Franjinhas’: “Um desafio à paciência, determinação e persistência”

Publicado em 09/03/2020

O emblemático edifício ‘Franjinhas’, situado na Rua Braamcamp, em Lisboa, encontra-se a ser alvo de um projecto de recuperação e reabilitação da sua fachada.

Uma intervenção “difícil”, mas que constitui, em simultâneo, um “desafio”, considera Miguel Centeno,
engenheiro da empresa Tabelabstrata, responsável pela obra.

Edifício Franjinhas: Um desafio à paciência, determinação e persistência

O edifício de escritórios “Franjinhas”, em plena Rua Braamcamp, em Lisboa, assim chamado pelas características únicas da sua fachada encontra-se a alvo de reabilitação. As palas, que dão o nome ao edifício, não têm uma função ornamental, foram pensadas, desenhadas e feitas com base em estudos de laboratório, no LNEC, à escala natural, de modo a que a entrada da luz do sol nos pisos de escritórios seja feita de forma controlada proporcionando conforto e oferecendo fragmentos lúdicos de paisagem a quem está no interior.

Projectado pelo arquitecto Nuno Teotónio Pereira, e construído entre 1966 e 1969, o edifício foi, também, inovador, uma vez que foi um dos primeiros edifícios em Portugal a oferecer pisos amplos em open space sem vigas salientes nos tectos, assim como pela forma como o piso térreo se relaciona com a rua, sendo de certa forma o prolongamento da mesma nas galerias comerciais. Em 1971 recebeu o Prémio Valmor e, mais recentemente, a classificação de Monumento de Interesse Público.

Através do sistema de ‘alpinismo industrial’, levada a cabo pela empresa Tabelabstrata, a intervenção visa “recuperar o brilho e vetustez originais” das fachadas em betão aparente e das emblemáticas palas
de ensombramento, como explica, ao CONSTRUIR, Miguel Centeno, engenheiro responsável pela obra. Promovido pela família Franco Falcão, proprietária do edifício, a reabilitação conta com um investimento estimado de cerca de 300 mil euros.

Se por um lado a “própria geometria arquitectónica” das fachadas tem sido o seu factor distintivo, é também o principal obstáculo para que o edifício não tenha ainda sido intervencionado desde a sua conclusão.

Localizado em pleno CBD da cidade de Lisboa, a poluição e os 50 anos de idade deixaram as suas marcas no edifício, sendo a mais evidente “o aspecto sujo”. “No entanto, a mais preocupante embora aparentemente menos visível, é a degradação do próprio betão armado decorrente do efeito de carbonatação potenciado pela poluição acumulada ao longo do tempo”, afirma Miguel Centeno.

“Nos locais afectados, o betão começa por delaminar e, se este processo não for travado, o destacamento e queda aleatória de fragmentos de betão passa a verificar-se. O resultado prático é evidente, já que o betão armado degrada-se em qualidade e aspecto”, explica o responsável. Importa pois, “eliminar o risco de desprendimentos”.

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